domingo, 28 de novembro de 2010

Sombras, de Suzy Lee

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Shadow, a mais recente criação de Suzy Lee, igualmente publicada em Espanha, pela Barbara Fiore Editora, sob o título Sombras, integrou a lista dos dez "melhores livros ilustrados de 2010" eleitos pela prestigiada The New York Times Book Review.




Fiel ao registo a que nos habituou a premiada autora sul-coreana em
Onda e Espelho,
ambos editados em Portugal pela Gatafunho, Sombras vem completar a trilogia inserida na categoria do álbum visual. Exclusivamente composto por imagens, à excepção do título, de uma exclamação no final da história e de outra palavra onomatopaica incluída nas guardas do livro, este álbum narrativo volta a invocar o jogo de simetria entre páginas pares e ímpares que caracteriza os volumes anteriores. A expressiva e dinâmica componente visual, apoiada numa paleta cromática a preto e amarelo, sob o fundo branco das páginas, e numa técnica assente no recurso ao desenho a lápis de carvão, ao stencil e à grafite, explora, desta vez e como o próprio título sugere, as potencialidades imaginativas infantis – e da menina-protagonista, em particular – a partir das silhuetas de um universo de objectos quotidianos. Sem despojar-se de uma forte dimensão lúdica, este livro possibilita uma pluralidade de leituras, ligadas, entre outras, à desmistificação dos medos, associados às sombras que inquietam, não raras vezes, a criança.




Carina Rodrigues (in Casa da Leitura)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Lançamento: Lulu ou a hora do lobo

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A Editorial Caminho e a livraria Leya na CE Latina convidam para o lançamento do livro Lulu ou a Hora do Lobo de João Pedro Mésseder e Daniel Silvestre da Silva, hoje, às 18.00 horas.

Livraria Leya na CE Latina
Rua de Santa Catarina, 2-10 Porto

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Uma obra original, ousada e, simplesmente, genial...

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Assinado por Christian Voltz, este pequeno álbum, desta vez consagrado à criação literária, vem corroborar a originalidade e a relevância da obra do artista, tanto do ponto de vista da sua construção diegética como da articulação pictórico-verbal, resultante, entre outros aspectos, de um extraordinário e eficaz aproveitamento paratextual. Numa história, aparentemente plana mas um tanto esquisita, de uma menina pirata à procura do príncipe encantado, imiscui-se, numa espécie de leitor lambda, uma pequena personagem esquissada acompanhada do seu gato, que, a cada virar de página, vai comentando (e criticando) a história e a própria composição – textual e icónica – da página. É precisamente no jogo de paralelismos, nos cortes abruptos na diegese, na caracterização e até no cómico da personagem ou da linguagem utilizada, que avulta a «genialidade» da obra. O pequeno interveniente, que, logo na capa, se interroga (tal como a criança-leitora que detém o livro nas mãos) sobre a estranheza do título, rapidamente se torna um herói do leitor, como também do autor – que chega mesmo a interpelar para satirizar o seu trabalho –, e aquilo que não passava de um simples desenho converte-se numa autêntica personagem voltziana – construída a partir de uma multiplicidade de materiais reciclados, a que o criador nos tem, aliás, habituado –, surpreendida e encantada com uma inesperada reviravolta narrativa, onde se apaixona pela primeira heroína e vivem juntos uma feliz história de amor, reconhecendo, em nota final, ser este «o livro mais genial que alguma vez tenha lido...».



Carina Rodrigues (in Casa da Leitura)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ernesto Bom-Dia, de José Campanari e João Vaz de Carvalho

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Esta história divertida narra as peripécias de Ernesto, um jovem rapaz que se prepara para conhecer a família da sua namorada, Henriqueta. Num dia em que nenhum atraso é tolerado e em que tudo devia correr bem, o protagonista é, desgraçadamente, surpreendido por um forte temporal. Porém, nem nos momentos mais árduos o jovem se desencoraja e, motivado pelo princípio do avô – «ao mau tempo, boa cara!» –, enfrenta, com confiança e persistência, todas as dificuldades que se lhe vão apresentando. As expressivas e coloridas ilustrações de João Vaz de Carvalho combinam-se, harmoniosamente, com o texto, conseguindo, com base na mesma estrutura paralelística que suporta a narração, recriar ambos ambientes onde se desenrola a acção: o espaço exterior, no qual se move Ernesto, e o interior da casa de Henriqueta, onde todos preparam e aguardam, impacientemente, a sua chegada, dando conta da passagem do tempo. O álbum encerra com o abraço do jovem casal e o lanche familiar; um desenlace feliz e, até, risonho, que sublinha a importância do pensamento positivo e perseverante.

Carina Rodrigues (in Casa da Leitura)

sábado, 20 de novembro de 2010

Dia Internacional dos Direitos da Criança

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A Declaração Universal dos Direitos da Criança, proclamada em 1959 pela ONU, tem servido de mote a outras publicações semelhantes a esta da autoria de Luísa Ducla Soares. Releiam-se, apenas a título exemplificativo, as obras Para Não Quebrar o Encanto, de Vergílio Alberto Vieira (2007), ou Os Direitos da Criança, de Matilde Rosa Araújo (1977/reed. – 2008). Este novo livro (Junho de 2009) de Luísa Ducla Soares revisita cada um dos 10 princípios da referida Declaração, expandindo, num discurso vivo, apelativo e muito próximo do leitor infantil, o seu conteúdo. A sua intenção pedagógica/formativa, não obscurecendo, note-se, o seu carácter literário, confirma-se no final com a inclusão da secção intitulada «Os Deveres das Crianças».

Sara Reis da Silva (in Casa da Leitura)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

There was an old lady who swallowed a fly em português

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O álbum de Jeremy Holmes, vencedor do Prémio Bolonha Ragazzi 2010 na Categoria Obra-prima, e do qual falámos, já, em outra ocasião, é finalmente editado em português, pela Dinalivro, sob o título Era uma vez uma velhinha.

Pode ser adquirido AQUI

domingo, 14 de novembro de 2010

Malasartes 20 a chegar...

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Eis a capa do número 20 da revista Malasartes, que está a chegar à livrarias e aos seus assinantes:




Leia-se, n' A inocência recompensada, umas palavras introdutórias a este mais recente volume da «única revista luso-galega, de perfil científico aberto, dedicada ao estudo, à crítica e à divulgação do livro para crianças e jovens».


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Petição contra a extinção da DGLB

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Apoie a petição, disponível on-line, contra a extinção da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), que conta, até agora, com perto de 1500 assinaturas...





P.S.: Copie e cole no seu blog
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Acção de formação sobre técnicas de narração, por Élcio di Trento.

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No âmbito do programa de acções de promoção da leitura da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, terá lugar, no próximo dia 13 de Novembro, na Biblioteca Municipal da Mealhada, a acção de formação "Da Narrativa ao Livro - Técnicas de contar histórias", conduzida por Élcio di Trento.

Esta iniciativa pretende transmitir o prazer que o próprio contador experimenta ao mergulhar no universo fantástico das histórias para os mais novos, através do olhar, da voz e do corpo, que se integram na própria história e geram diálogo com o ouvinte.

A acção de formação, destinada a animadores, bibliotecários e professores, irá decorrer das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 18h00.

Contacto para mais informações: Tel.: 231 201 681 / E-mail: info@bm-mealhada.info

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Percursos da Literatura Infanto-Juvenil

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Encontra-se já disponível o terceiro volume da colecção "Percursos da Literatura Infantil e Juvenil", editada pela Tropelias & Companhia, com o título Encontros e reencontros: estudos sobre literatura infantil e juvenil e a assinatura de Sara Reis da Silva.

Esta obra, composta por mais de três centenas de páginas,
alberga um vasto conjunto de estudos, escritos entre 2002 e 2009 e, na sua maioria, dispersamente publicados em obras colectivas, actas de encontros científicos ou revistas, sobre temáticas variadas do universo literário para a infância e a juventude. Uma referência de grande utilidade para investigadores, professores, mediadores de leitura e todos os que, no fim de contas, se deixam seduzir pela magia dos livros para crianças.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Quando texto, ilustração e design se entrelaçam...

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Da autoria de uma das mais originais e talentosas criadoras britânicas de álbuns ilustrados, este extraordinário volume constitui um inequívoco exemplo das mais férteis potencialidades do género, distinguindo-se por um ousado e mui sui generis projecto gráfico, indutor de um jogo de sentidos e de um processo de leitura visivelmente alternativo e complexo. Numa espécie de dicionário ilustrado dos medos, um pequeno rato atemorizado, munido de um lápis de carvão, percorre cada uma das páginas do livro, que risca e rabisca para descrever, verbal e visualmente, as suas (e não só…) maiores fobias, ante situações, objectos, animais e lugares. A nota dominante da obra reside precisamente na sua mise en page e na eficácia da articulação verbo-icónica, onde as diferentes sugestões plásticas, compostas a partir de uma técnica mista assente no recurso ao desenho, à aguarela e à montagem digital de materiais originais e diversificados, além de redimensionarem o texto – que integram, não raro, através de mecanismos metalinguísticos e metaficcionais –, convidam a um rigoroso exercício visual, estético e, até, manipulativo. O cómico (nas suas três vertentes) e a nonsensicalidade que sustentam o habitual registo de Emily Gravett sublinham a dimensão lúdica e humorística da publicação, contribuindo para a desmistificação do conceito cristalizado e colaborando activamente na manutenção da atenção do leitor.



Carla Maia de Almeida prepara a tradução portuguesa desta obra n
otável, que deverá chegar aos nossos escaparates ainda antes do final do ano, sob a chancela da Livros Horizontes.


Carina Rodrigues (
in Casa da Leitura)

N. B.: Falou-se, já, de Emily Gravett AQUI