quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Prémio Bissaya Barreto de Literatura Infantil 2010

.
O cavalinho de pau do Menino Jesus e outros Contos de Natal da autoria de Manuel António Pina, com ilustrações de Inês do Carmo, editado pela Porto Editora em 2009, foi a obra vencedora do Prémio Bissaya Barreto de Literatura Infantil 2010, uma das mais importantes distinções no domínio da produção literária para os mais novos.

«A narrativa notável, a qualidade estética do texto literário capaz de despertar o imaginário da criança, a originalidade da leitura e o humor inteligente encontrados nesta obra», foram alguns dos motivos que imperaram e justificaram a decisão do júri, presidido por Lúcia Santos, chefe da Divisão de Infância da Fundação Bissaya Barreto, e ainda constituído por Rui Marques Veloso, professor especializado em literatura infantil da ESE de Coimbra, e por António Modesto, ilustrador e professor de Ilustração na Escola de Tecnologias Artísticas de Coimbra.

Leia-se, n' A inocência recompensada, uma recensão crítica da obra, assinada por Sara Reis da Silva.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

"Biblioburro": Uma biblioteca "andante"

.

Luis Humberto Soriano, professor do 1º ciclo, viaja pela Colômbia montado no seu "biblioburro", para promover a leitura junto das crianças e dos jovens mais empobrecidos da região de La Gloria, onde vive.


Começou com 70 livros e, hoje, por meio de importantes apoios e doações, o seu acervo conta já com mais de 4800 volumes.

Conheça melhor, AQUI, este projecto digno de nota!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

I Congreso Internacional Arte, Ilustración y Cultura Visual

.

O "I Congreso Internacional Arte, Ilustración y Cultura Visual: Construcción de Identidades" terá lugar em Granada, de 3 a 6 de Novembro de 2010
.

Mais informações AQUI

Sempre ocupado, Sebastião!, de Rosy Gadda Conti

.
Para meninos muito ocupados...



Tal como o título deixa prever, este pequeno conto em formato de álbum alerta o leitor infantil (e não só) para os malefícios do excesso de ocupações impostas à criança desde a sua mais tenra idade e da falta de tempos livres para actividades ancestrais indissociáveis da sua condição e tão elementares como «brincar». Sebastião, o pequeno pinguim que protagoniza a história, tem uma vida muito ocupada e uma semana preenchida de actividades interessantes. Para não se esquecer das suas tarefas diárias, Sebastião anota tudo no seu calendário: não perde um treino de hóquei no gelo, uma lição de guitarra, uma aula de natação, pastelaria, cerâmica ou jardinagem, mas esquece-se do mais importante… A correria e a vida agitada que o protagonista leva, bem como a sua posterior percepção da importância de tempos livres para as brincadeiras e para os amigos, que o texto simples e vivo avulta, confirmam-se num conjunto de ilustrações suaves e atraentes, em aguarelas e finamente contornadas, centradas na personagem e nos momentos-chave da diegese, facilitando a interpretação leitora e aproximando a criança do universo recriado.

Carina Rodrigues (in Casa da Leitura)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O ponto, de Peter H. Reynolds

.
Porque a entrada na escola
pode causar algumas renitências...




Inúmeras vezes traduzido e premiado, este álbum de pequeno formato, recentemente editado pela Bruaá, procura sensibilizar os seus leitores (não só infantis) para a importância do estímulo à criação artística, ao mesmo passo que vem desmitificar a birra, mostrando a relevância de reforços positivos e do encorajamento na criança para o fortalecimento da sua auto-confiança. N’O Ponto, Vera teima em deixar a sua folha em branco, afirmando não saber desenhar, até que, por incentivo da professora, a menina cessa com as suas renitências e aceita deixar no papel uma pequena marca: um único e simples ponto que se anunciará, na verdade, como o verdadeiro ponto de partida para o brilhante percurso artístico da pequena protagonista, cujos trabalhos assinados e emoldurados se revelarão autênticas obras de arte. Pautado por uma economia verbal, assim como pela contenção e leveza do traço, este livro extremamente original surpreenderá e inverterá as expectativas de qualquer leitor. Uma verdadeira lição sobre a legitimidade da liberdade do acto criador… uma pura definição de Arte, portanto!

Carina Rodrigues (in Casa da Leitura)

Non, non et non!, de Mireille d'Allancé

.
Porque a entrada na escola
pode não ser sempre motivo de entusiasmo...




Narrativa episódica da autoria de Mireille d’Allancé, este álbum narra a história do primeiro dia de escola de Octave. Muito mal-humorado, o pequeno urso – que integraria, mais tarde, uma série de álbuns da autora, na personagem de “Petibou” – diz “Não” a tudo e a todos! Acompanhado de ilustrações bastante claras e expressivas, estendidas para além da dupla página, e que facilitam a identificação dos mais novos, o texto verbalmente simples e reduzido é suportado por uma estrutura paralelística, em que a repetição do advérbio de negação ao longo das páginas, funciona como um jogo com o leitor. Com um toque de humor – atente-se na opção autoral para a caracterização da professora na figura suína –, e “efeitos terapêuticos” comprovados, este livro é uma óptima sugestão para crianças que tenham dificuldades em aceitar a separação da família à sua entrada na escola.


Carina Rodrigues (in Casa da Leitura)


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Emily Gravett: um hino à arte de ilustrar

.
Artista britânica de inegável talento, Emily Gravett formou-se em ilustração pela Universidade de Brighton, tendo vindo a desenvolver a sua actividade na criação de álbuns ilustrados para a infância, num registo distintivo e claramente inovador. O seu trabalho, ainda relativamente recente, destaca-se pela originalidade e complexidade, sobretudo ao nível da concepção gráfica de cada uma das suas obras, onde o icónico e o escrito se articulam e colaboram para a construção de uma linguagem híbrida, carregada de significados.

Apoiada numa amálgama de técnicas, desde o recurso ao lápis de carvão e à tablet até ao uso da fotografia, do recorte e da colagem (digital e não só) de materiais originais e diversificados, Emily Gravett transgride, sem medos, as regras do convencional. Numa linha que explora a ruptura e a subversão textual e pictórica, os seus livros distinguem-se, entre outras características, ao nível do seu tratamento narrativo, pela descontinuidade discursiva e pelos saltos em diferentes níveis diegéticos e, ao nível da sua organização plástica e visual, por uma especial pormenorização, pela variação nas composições das páginas ou pela irregularidade e variabilidade tipográfica. Jogando com técnicas próximas da inter/metadiscursividade, os álbuns de Emily Gravett não só suscitam inúmeras interpretações, como causam um enorme impacto visual no leitor (infantil e não só), em resultado da sua frequente tridimensionalidade e dos mais variados jogos visuais que as suas páginas potenciam.

Desde 2005, em que publicou a sua primeira obra intitulada Wolves, pela qual foi premiada com a Kate Greenaway Medal, Emily Gravett tem granjeado um enorme sucesso, sendo objecto de diversas distinções(1) e fazendo a delícia de leitores de todo o mundo e de todas as idades!



(1) Entre outros prémios ainda, a artista venceu, em 2007, o Best Emerging Illustrator Award, no Early Years Booktrust Awards, com o álbum Monkey and me e recebeu a medalha de bronze da Nestlé Children's Book Prize para o título Little mouse’s big book of fears, pelo qual foi novamente agraciada, no ano seguinte, com a Kate Greenaway Medal.



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ensaios sobre literatura para a infância e ilustração

.
a
Já se encontra disponível o segundo número da colecção "Percursos da Literatura Infanto-Juvenil", editada pela Tropelias & Companhia: intitula-se Literatura para a infância e ilustração – Leituras em diálogo e é assinado por Ana Margarida Ramos.

Fiel ao espírito da colecção, uma linha ensaística cujo objectivo é o de "dar voz e vez à crítica literária, à pedagogia e à educação na área da literatura para a Infância e Juventude, duma forma qualitativamente cuidada e editorialmente acessível", este volume reúne um conjunto de reflexões sobre literatura para a infância e os seus desenvolvimentos mais recentes no contexto editorial português, dando especial atenção à ilustração e, em particular, ao álbum ilustrado, na tentativa de sensibilizar o mediador adulto para a sua importância e as suas mais variadas potencialidades.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Pirata Pata de Lata, de Oli e Ramón Trigo

.

A bordo do seu veleiro e acompanhado do seu papagaio Simão, o pirata «pata de lata», que empresta o nome ao título deste pequeno conto em formato de álbum, viaja pelo mundo fora em busca de um tesouro e de alguém com quem lutar, encetando uma longa e extenuante perseguição com o único adversário que encontra: um fantasma. Num universo narrativo onde o real e o onírico se cruzam, o humor, que resulta da paródia e do cómico de personagem, situação e linguagem, é o motor central da obra, potenciando a dimensão lúdica da leitura, para a qual concorrem também a sonoridade e a musicalidade do texto poético. As ilustrações primorosamente pensadas realizam-se a partir de uma técnica mista, assente no recurso à colagem, à tinta e à aguarela, e abraçam uma paleta de cores fortes e quentes, muito estrategicamente conseguidas e apropriadas ao contexto exótico narrado, centrando-se nos pontos-chave da diegese, e imprimindo-lhe dinamismo e expressividade, pela variação de planos e focalizações.

Carina Rodrigues (in Casa da Leitura)