No passado dia 5 de Maio, Leo Lionni, uma das figuras de maior visibilidade no cânone da literatura de potencial recepção infantil, celebraria 100 anos de uma vida atravessada por uma visão humana da infância, da arte e da natureza. Esta fora, aliás, a mesma visão que, compaginada com um profundo pensamento poético, norteara toda a obra do criador num labor plástico-literário perfeitamente admirável e reconhecível não só pela qualidade das suas opções formais e temáticas como pelo avultado número de publicações, já mundialmente difundidas e enobrecidas.
Leo Lionni nasceu, em Amesterdão, de um modesto polidor de diamantes e de uma cantora de ópera de origem italiana, expressando, desde muito cedo, um especial apreço pelas artes plásticas. Ainda que sem formação naquela área – licenciando-se, em 1935, em Economia Política –, foi desenvolvendo a sua habilidade artística em domínios como a escultura, a cerâmica, a pintura, o design gráfico e a ilustração. Em 1939, emigrou para os Estados-Unidos, onde se voltou para a publicidade enquanto director de arte de diversas publicações periódicas, até regressar a Itália, duas décadas depois, e se fixar como artista autónomo.
Leo Lionni nasceu, em Amesterdão, de um modesto polidor de diamantes e de uma cantora de ópera de origem italiana, expressando, desde muito cedo, um especial apreço pelas artes plásticas. Ainda que sem formação naquela área – licenciando-se, em 1935, em Economia Política –, foi desenvolvendo a sua habilidade artística em domínios como a escultura, a cerâmica, a pintura, o design gráfico e a ilustração. Em 1939, emigrou para os Estados-Unidos, onde se voltou para a publicidade enquanto director de arte de diversas publicações periódicas, até regressar a Itália, duas décadas depois, e se fixar como artista autónomo.
Fora por casualidade que, em finais dos anos cinquenta, Lionni se estreara na escrita e ilustração para os mais novos. Porém, desde o clássico Pequeno azul e pequeno amarelo (1959), com que o artista se exarara no grupo das vozes precursoras e paradigmáticas na criação de picture story books, até à sua última obra Uma pedra extraordinária, publicada em 1994 (e sem edição ainda em Portugal), Lionni deu voz a 35 anos de uma criação artística dedicada ao público infantil, relevando de uma obra consistente e merecedora de inúmeras distinções internacionais.
Influenciadas pela estrutura fabulística, as suas histórias, pautadas por uma evidente economia, são protagonizadas por animais humanizados movidos por sentimentos inerentes à infância. Desprovidas de veleidades moralizantes, denunciando as potencialidades que este tipo de estrutura ostenta em edições contemporâneas, as fábulas de Lionni aproximam a criança das mais distintas realidades da vida, alicerçadas, entre outros tópicos, na amizade, na aceitação da diferença e da individualidade humana, na partilha ou na entreajuda.
Fiel a uma imperante e sensível linguagem pictórica, apoiada num universo pitoresco de técnicas – algumas, até, revolucionárias, como foi o caso da sua primeira obra, na qual introduziu a representação abstracta, através do recurso à colagem e ao papel rasgado –, a sublinhar a dimensão lírica e artística da obra, Lionni converteu-se num dos mais reconhecidos ilustradores universais, influenciando grande parte da produção contemporânea e contribuindo para a divulgação e a legitimação do álbum narrativo ilustrado.
Carina Rodrigues
Para uma visão mais detalhada do percurso biobibliográfico do autor clássico, aceda a uma merecida homenagem publicada pela Kalandraka, com motivo desta efeméride.
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