sexta-feira, 29 de abril de 2011

Petit Lapin Rouge, de Rascal e Claude K. Dubois

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Nesta recriação paródica e subversiva do tão célebre e clássico conto do Capuchinho Vermelho, cujas versões mais famosas são as Charles Perrault e dos Irmãos Grimm, é “Coelhinho Vermelho” que protagoniza a história e que empresta, aliás, o título ao livro. Coelhinho Vermelho, que terá caído, na sua infância, num balde de tinta vermelha, é
encarregado pela mãe de levar um cesto de iguarias à sua avó. No caminho, cruza-se com Capuchinho Vermelho que também vai visitar a sua. Cada um deles conhece a história do outro, mas nenhum ousa relembrá-la pelo seu trágico desenlace. Resolvem, então, pregar uma partida aos seus escritores, reescrevendo juntos um final feliz para as suas histórias. E quando tudo parece acabar bem, eis que, num estilo que lhe é muito peculiar, Rascal semeia a dúvida junto dos seus leitores com um desfecho ambíguo e simultaneamente humorístico, sublinhando a originalidade e o carácter inovador deste álbum. Com belíssimas ilustrações, marcadas pela leveza do traço, e que complementam e se aliam de forma harmoniosa à simplicidade da componente verbal, Petit Lapin Rouge é um livro original a não perder!




Ficha técnica:

Título
Petit Lapin
Rouge | Autor Rascal | Ilustrador Claude K. Dubois | Editora L'école des Loisirs | Local Paris | Data de edição 2001 | ISBN
978-2211044240

Carina Rodrigues (in Casa da Leitura)
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terça-feira, 26 de abril de 2011

É um livro, de Lane smith

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O subversivo e divertido álbum do escritor e ilustrador norte-americano Lane smith a favor do livro impresso na era digital chega finalmente aos nossos escaparates sob a chancela da Editorial Presença.


Para quem ainda não o conhece, deixa-se aqui o book trailer do livro:




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Leia-se, ainda, uma recensão crítica de José Mário Silva, publicada em Bibliotecário de Babel.
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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Caminhos de Leitura: IX Encontro de Literatura Infanto-juvenil

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Nos próximos dias 6 e 7 de Maio, terá lugar o Caminhos de Leitura - IX Encontro de Literatura Infanto-Juvenil, promovido pela Biblioteca Municipal de Pombal.


Programa e inscrição AQUI

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terça-feira, 12 de abril de 2011

IV Prémio Internacional Compostela para Álbuns Ilustrados

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A obra intitulada El camino de Olaj, de Martín León-Barreto Johnson (Montevideu, 1973) foi a vencedora do IV Prémio Internacional Compostela para Álbuns Ilustrados, organizado pelo Departamento de Educação do Município de Santiago e pela Kalandraka.

O trabalho intitulado Al otro lado, de Moisés Yagües Fernández (Múrcia, 1972), foi finalista do certame, enquanto ¿Quién querrías ser?, de Arianna Papini (Florença, 1965), recebeu a menção especial do júri.



Mais informação AQUI

sábado, 2 de abril de 2011

Mensagem do dia 2 de Abril de 2011, Dia Internacional do Livro Infantil

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O livro recorda

Aino Pervik



“Quando Arno e o seu pai chegaram à escola, as aulas já tinham começado.”

No meu país, a Estónia, quase toda a gente conhece esta frase de cor. É a primeira linha de um livro intitulado Primavera. Publicado em 1912, é da autoria do escritor estónio Oskar Luts (1887-1953).

Primavera narra a vida de crianças que frequentavam uma escola rural na Estónia, em finais do século XIX. O Autor escrevia sobre a sua própria infância e Arno, na verdade, era o próprio Oskar Luts na sua meninice.

Os investigadores estudam documentos antigos e, com base neles, escrevem livros de História. Os livros de História relatam eventos que aconteceram, mas é claro que esses livros nunca contam como eram de facto as vidas das pessoas comuns em certa época.

Os livros de histórias, por seu lado, recordam coisas que não é possível encontrar nos velhos documentos. Podem contar-nos, por exemplo, o que é que um rapaz como Arno pensava quando foi para a escola há cem anos, ou quais os sonhos das crianças dessa época, que medos tinham e o que as fazia felizes. O livro também recorda os pais dessas crianças, como queriam ser e que futuro desejavam para os seus filhos.

Claro que hoje podemos escrever livros sobre os velhos tempos, e esses livros são, muitas vezes, apaixonantes. Mas um escritor actual não pode realmente conhecer os sabores e os cheiros, os medos e as alegrias de um passado distante. O escritor de hoje já sabe o que aconteceu depois e o que o futuro reservava à gente de então.

O livro recorda o tempo em que foi escrito.

A partir dos livros de Charles Dickens, ficamos a saber como era realmente a vida de um rapazinho nas ruas de Londres, em meados do século XIX, no tempo de Oliver Twist. Através dos olhos de David Copperfield (coincidentes com o olhar de Dickens nessa época), vemos todo o tipo de personagens que ao tempo viviam na Inglaterra – que relações tinham, e como os seus pensamentos e sentimentos influenciaram tais relações. Porque David Copperfield era de facto, em muitos aspectos, o próprio Charles Dickens; Dickens não precisava de inventar nada, ele pura e simplesmente conhecia aquilo que contava.

São os livros que nos permitem saber o que realmente sentiam Tom Sawyer, Huckleberry Finn e o seu amigo Jim nas viagens pelo Mississipi em finais do século XIX, quando Mark Twain escreveu as suas aventuras. Ele conhecia profundamente o que as pessoas do seu tempo pensavam sobre as demais, porque ele próprio vivia entre elas. Era uma delas.

Nas obras literárias, os relatos mais verosímeis sobre gente do passado são os que foram escritos à época em que essa mesma gente vivia.

O livro recorda.


Tradução: José António Gomes



A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), difundida em Portugal pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil), Secção Portuguesa do IBBY.
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